labirinto interior

A produção de Renato Dib gira em torno do universo têxtil — fios, tramas, bordados e tecidos — como linguagem artística e poética. Há quase três décadas, o artista investiga o corpo e a interioridade, explorando o têxtil como metáfora e estrutura. Em “Labirinto Interior”, sua exposição mais recente, Dib une matéria e sentido, entrelaçando gênero, desejo, sexualidade e memória. Sua obra percorre do plano ao escultórico, revelando uma anatomia expandida onde o corpo, feito de tecidos, também “tece” significados. Tecidos e textos compartilham a mesma origem etimológica, e ambos constroem narrativas. O trabalho de Dib, delicado e provocador, coleciona materiais raros e cotidianos para criar um discurso visual que questiona identidades e estruturas. A boca, símbolo de expressão e expulsão, aparece como ponto de passagem entre o íntimo e o mundo, revelando o fluxo labiríntico do ser.

Renato Dib
05/2025

A mostra coletiva traça um panorama da produção recente dos artistas da galeria. Tendo como disparador um trabalho de Aldir Mendes de Souza, “cons.tru.ção” é um convite a repensar a noção de
construção no contemporâneo. O trabalho de Aldir, intitulado “A Cidade VI”, de 1979, é uma de suas incursões pela (até hoje irresolvida) querela entre cidade e campo. Entre as horizontais das plantações e
as verticais assustadoras das metrópoles, Aldir estabeleceu um léxico pessoal para tratar das resultantes visuais do progresso. Sem ser judiciosa, sua pintura nos ajuda a posicionar melhor o problema que a
exposição pretende conjecturar. Outro nome em destaque, Natan Dias – indicado ao Prêmio Pipa em 2024 -, é um artista que, junto ao ferro e ao seu significado nas culturas afrobrasileiras, repensa o construir. Em contraponto, Dolino, artista de carreira longeva, recombina diariamente um léxico exíguo, mas que parece ainda interminável.

construção - coletiva de artistas representados

Aldir Mendes de Souza
05/2025

a natureza que me habita

Ana Durães
01/2025

polifonías

Polifonias reúne aquarelas, pinturas e fotografias de diferentes fases datrajetória do artista, destacando sua pesquisa visual e seu processo criativo. A exposição, comcuradoria de Matheus Drumond e texto de Denise Mattar, propõe uma reflexão sobre a construção da imagem e o diálogo entre cor, forma e textura. Inspirado por experiências com fotos de Tiradentes-MG, Guerini desenvolveu uma linguagem pictórica sensível, onde tons se sobrepõem em composições quase monocromáticas. Sua obra evoca a ideia de polifonia — múltiplas “vozes” visuais que coexistem em harmonia e tensão. Longe do rigor concretista, Guerini trabalha uma geometria emotiva e atmosférica, onde camadas de cor criam ritmo e profundidade. Mesmo no campo da abstração, surgem vestígios de realidade e memória. Sua pintura é contemplativa, instaurando um universo sutil entre o visível e o intuitivo.

Sérgio Guerini
09/2024

vegetabilia

A mostra apresenta o trabalho de João Di Souza em diálogo com pintores brasileiros que exploraram a natureza e a paisagem. A proposta não é validar, mas criar um horizonte comparativo entre diferentes abordagens do mundo natural. João, nascido em Itabuna em 1976, aproxima-se da natureza desde a infância, mas sua pintura não busca a fidelidade ao real: parte do vegetal para criar composições formais expressivas. Sua arte transforma elementos naturais em arranjos visuais, sem compromisso com a ideia tradicional de paisagem. A exposição também revisita nomes como Baptista da Costa, Clodomiro Amazonas e Bonadei, revelando como o mundo vegetal atravessa épocas e estilos. A presença das plantas — como símbolo, matéria ou inspiração — se mostra constante, magnética e essencial,evocando o vínculo profundo entre natureza, cultura e expressão artística.

João di Souza
05/2024

a casa, a cidade e o mar

Greta Coutinho, Beto Fame e Marina Ryfer
02/2024

enleve

A mostra Enleve apresenta as pinturas do artista afro-caribenho J. Pavel Herrera, cubano radicado no Brasil desde 2016. Sua obra, embora sutilmente crítica, carrega em si marcas de sua trajetória, atravessada por questões de insularidade, migração, memória e diáspora africana. O mar surge como símbolo central — não apenas como paisagem, mas como elo entre geografias e histórias. Com veladuras delicadas em tinta a óleo, suas paisagens evocam o sublime, despertando no espectador uma experiência sensível e introspectiva. Cada pintura convida a uma leitura única, determinada pelo estado de espírito de quem a observa. Por meio de cores vibrantes e formas contemplativas, o artista provoca encantamento e reflexão, conectando natureza e subjetividade. Enleve é, assim, um mergulho poético no “eu” e no “nós”, revelando a potência transformadora da arte como ferramenta de consciência e pertencimento.

J.Pavel Herrera
07/2023

a síntese das coisas

Ao longo de quatro décadas, Aldir Mendes de Souza construiu uma obra única que une a geometria construtiva à figuração pop, criando uma linguagem própria na arte brasileira. Médico de formação, aplicou à arte um olhar analítico e racional, buscando na ordem, na cor e no espaço uma síntese entre ciência, paisagem e espiritualidade. Sua pintura nasce de uma tradição pictórica que resiste aos modismos, explorando a beleza essencial das coisas da terra com clareza gráfica e sofisticação cromática. A partir de paisagens de cafezais, buracos negros e formas humanas, Aldir organiza territórios onde a cor se impõe como elemento central. Sua obra é ponte entre razão e mistério, figuração e abstração, tradição econtemporaneidade, reafirmando a autonomia da arte e sua
capacidade de encantar, revelar e permanecer.

Aldir Mendes de Souza
03/2023

paisagens brasileiras contemporâneas

Ana Durães,Luiz Dolino, Thiago Molon, J. Pavel Herrera e Rubens Ianelli
10/2022

a dança das horas

A abstração de Dolino combina rigor geométrico com lirismo sensível. Mestre na pintura e profundo conhecedor da história da arte, ele constrói uma linguagem visual marcada por linhas retas, ângulos e planos, sem uso de curvas. Sua obra explora relações entre forma e cor com base na proporção áurea, criando ritmos visuais que se equilibram entre harmonia e conflito. As rupturas e deslocamentos não rompem a unidade, mas a revitalizam, contribuindo para a construção de um todo coeso e dinâmico. A cor, modulada em luz e sombra, imprime lirismo àestrutura racional. Assim, Dolino desenvolve uma geometria emotiva e vibrante, onde razão e sensibilidade se entrelaçam. Sua pintura é um canto visual que traduz ordem e poesia, oferecendo ao observador uma experiência estética profunda, equilibrada e envolvente.

Dolino
05/2022

degrau

Antônio Bokel
05/2013

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